quinta-feira, maio 05, 2011

Relatório do dia 17.04.11 Soprando Histórias com Hilda Carr

Projeto Leituras ao Vento

Relatório do dia 17/04/2011


A história desse nosso quinto dia na praça começa, na verdade, no decorrer da semana que nos precedeu.
Nossa convidada para o “Soprando Histórias”, Hilda Carr, ao receber o convite, feito por telefone, brincou dizendo que poderia contar a história em inglês. Bem, como a brincadeira me soou como uma idéia bastante interessante, resolvi levar a sério, e propomos, eu e Maristela, que ela fizesse a leitura bilíngüe da história a ser escolhida. Hilda encampou a idéia, e como já tivesse feito algo parecido como professora de inglês, escolheu “The Three Little Pigs” (Os Três Porquinhos).
A semana, muito corrida em casa – estávamos recebendo visita de familiares – terminou no sábado com a confecção pela convidada e por Maristela de engraçadíssimos fantoches de papel, representando os porquinhos e o lobo, e de casinhas bidimensionais de madeira sobre papel, feita de palitos de picolé, e de “palha” – na verdade crepom.
No domingo chegamos à praça na expectativa desse trabalho, e iniciamos os trabalhos fazendo a divulgação como de costume. Angelita, Adah e eu fizemos o corpo-a-corpo da divulgação e o público foi chegando, também do modo costumeiro. Havia uma boa movimentação na praça, e alguns grupos de jovens rodeavam o nosso espaço.
Nesse dia o número de crianças – e de adultos – era maior. Havia uma expectativa em relação ao “Soprando Histórias”, o que fez com que a concentração do público fosse maior e mais imediata. Havia uma família de brasileiras que morava em Minesotta, nos Estados Unidos, e estava em férias no Brasil. Conversaram em inglês e português com a nossa convidada, e se mostraram surpresos e felizes com o nosso evento; uma mãe, cuja família se acomodou no gramado a uma dezena de metros de onde estávamos, veio pedir para levar um dos livros até onde estavam. Concordamos, é claro, ela levou o livro e no final da tarde fez questão de informar que estava devolvendo o livro ao lugar de onde apanhou; havia uma menina de cerca de três anos de idade que vinha procurar histórias de contos de fadas tradicionais – que, infelizmente, ainda não temos títulos disponíveis, pelo menos os mais procurados, que são as histórias de princesas – e, quando sugeríamos a ela algum outro, ela ia correndo contar à mãe o que tinha encontrado; havia também um menino, que nos perguntava o título de um livro que acabara de escolher, e assim que ouvia a resposta, saía correndo em direção aos pais gritando o título; nas esteiras, muitas mães e pais acompanhando os filhos; um rapaz rodeou-nos todo o tempo com uma filmadora, e depois de terminar seu trabalho se acomodou numa esteira preguiçosamente para acompanhar a história.
Resolvemos adiar um pouco a leitura da história, para dar tempo a alguns conhecidos e familiares chegarem – o trânsito na cidade não estava muito fácil nesse dia, e estava difícil de estacionar, mesmo nos amplos arredores da praça. Decidimos começar as 16:30h. Dona Maria José, mãe de Maristela, e seu irmão mais velho, Marcelo, estavam presentes. Eles viajaram três mil quilômetros, de Rondônia para Maringá, para comemorar um aniversário triplo conosco: eu, Maristela e Marcelo; os jovens que estavam instalados nos arredores do Projeto foram convidados e aceitaram. Com tão seletos e ilustres convidados, começamos o soprando histórias com um público superior a 20 pessoas.
Como não poderia deixar de ser, a leitura da história foi um sucesso. Ao estilo dos melhores contadores de histórias, Hilda uniu teatro e exposição oral, criando uma empatia com o público que marcou o evento. Hilda montou um pequeno palco-cenário usando um tecido servindo de cortina, atrás do qual ficaram estrategicamente instalados Maristela e Marcos (filho de Hilda), com todo o material necessário para a encenação. Feitas por mim as apresentações, Hilda começou a contar a história com sua voz calma e pausada, primeiro em inglês e após em português, mostrando as ilustrações do livro e aguardando, após uma “deixa”, que seus “auxiliares” por trás da cortina exibissem personagens, cenário e situações. Assim, apareciam os porquinhos e o lobo, com suas caras de papel sustentadas por espetos, as casinhas dos porquinhos e, conforme a história evoluía, gestos e sons eram feitos para simular os sopros do lobo e a queda das casinhas. Como era uma versão com final feliz, bexigas coloridas foram mostradas ao final: o lobo, após uma crise de choro pelo fracasso em derrubar a casa de tijolos, deixou de ser mau e conseguiu um emprego de encher bexigas em festas.
A atenção do público presente foi perfeita, o que nos chamou a atenção. Mesmo os adolescentes e jovens que se deslocaram até nós apenas para ouvir a história ficaram bastante atentos. As crianças fizeram o possível para ficar bem próximos de Hilda e participaram da história respondendo em uníssono as perguntas da convidada. Todos aplaudiram com entusiasmo no final.
Depois da apresentação uma parte do público se dispersou, restando algumas crianças. Uma menina, Alessandra, de uns nove anos, permaneceu entre nós, muito interessada nos pacotes de poesia. Conversamos com ela, e ela, empolgada, disse que escrevia poemas e pegou um papel onde ela havia escrito alguns versos, declamando para nós. Uma graça!
Sentimos mais uma vez a necessidade de uma caixa de som e microfone, para dar um pouco mais de conforto aos nossos convidados durante a leitura do livro, e abrir a possibilidade de ampliar um pouco o público ouvinte. Em geral, o saldo do dia foi positivo. Encerramos no horário habitual.   
   

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